CBD e Performance Olímpica: O papel do Canabidiol na recuperação muscular dos atletas de elite
Postado em 08/08/2024 por Simples CannabisO cenário Olímpico que visita as manchetes a cada 4 anos traz consigo discussões cada vez mais intrínsecas à ética, saúde e ciências. O uso de substâncias suplementares à prática esportiva de elite é presente globalmente, sendo seus limites bem-marcados, apesar de haver muito conhecimento para ser explorado. Nas últimas Olimpíadas (Tóquio 2020) aconteceu até mesmo o afastamento de um país da competição por conta de uso de doping. Tendo tamanha notoriedade o esporte de elite, é necessário explorar e estabelecer meios seguros de suplementação eficiente para os atletas, a fim de orientações otimizadas para a personalização de treinos e evitar os efeitos colaterais das drogas anabolizantes, muitas vezes alternativa direta dos esportistas.
O treinamento intenso e o desempenho resultam em danos e inflamação dos músculos esqueléticos. Consequentemente, o desempenho dos músculos esqueléticos treinados diminui após as sessões intensivas de treinamento e precisa de tempo para se recuperar. Nos esportes competitivos, é essencial minimizar o tempo de recuperação para fornecer novos estímulos de treinamento o mais rápido possível e, assim, aumentar o desempenho. Suplementos de canabidiol (CBD) estão sendo cada vez mais consumidos por atletas para melhorar a regeneração devido aos efeitos pró-regenerativos do CBD.
O CBD tem diferentes afinidades pelos receptores canabinoides 1 e 2. Mecanicamente, pode inibir a via de sinalização NF-κB e ativar a quinase JAK/STAT. Portanto, o CBD é usado em uma variedade de doenças, agindo como uma resposta anti-inflamatória ao estresse mecânico agudo.
Eduard Isenmann et al. iniciaram um estudo multicêntrico duplo-cego randomizado para avaliar a resposta dos efeitos da suplementação de canabidiol na regeneração do músculo esquelético após treinamento intenso de resistência. Os pacientes submetidos ao estudo eram saudáveis e experientes (pelo menos um ano) em treinamento de força, conforme demonstrado pelos desempenhos no agachamento com barra de >125% da massa corporal. Esses indivíduos foram divididos em 2 grupos, intervenção e placebo. Os pacientes do grupo de intervenção receberam 60 mg de canabidiol após o treino intenso de resistência, a despeito do outro grupo que recebeu placebo com aspecto, cheiro e gosto idênticos à intervenção. CK e mioglobina (Myo) foram usados como medidas bioquímicas. Testes iniciais (T0) foram realizados para todos os quatro parâmetros antes de cada intervenção. Além disso, os mesmos testes foram executados novamente em três sessões diferentes, 24h (T24), 48h (T48) e 72h (T72) após os protocolos de treinamento. Outros alimentos, suplementos dietéticos ou bebidas cafeinadas foram proibidos nas três horas seguintes.
O estudo mostrou que uma única suplementação de CBD não reduziu os danos musculares dentro de 48 horas. No entanto, um intervalo de tempo mais longo, de pelo menos 72 horas, foi suficiente para que os efeitos do CBD se tornassem detectáveis, pois após esse tempo o grupo de CBD havia se recuperado amplamente e, assim, restaurado seu desempenho máximo, observado pela diminuição das concentrações de CK quando comparado ao grupo placebo (p<0,05).
Assim como novos meios de suplementação ganham espaço no mercado, o CBD caminha a passos largos como um composto que traz qualidade de vida para uma ampla gama de pessoas que exercem diferentes atividades. O atual uso do CBD na prática esportiva de elite ganha cada vez mais adeptos e ganha cada vez mais bases científicas. O achado do estudo impulsiona positivamente essas evidências e, paralelamente, aponta novas perspectivas para o uso contínuo do canabidiol visando um ganho de desempenho a longo prazo.