Avanços promissores: CBD como potencial tratamento para a doença de Parkinson

Recentemente a doença de Parkinson tem sido especialmente discutida no meio médico, e em abril existem dois marcos relacionados à doença: Dia Nacional do Parkinsoniano (4/4) e Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson. Atualmente, essa é uma doença sem cura, portanto os tratamentos de escolha são voltados para controle de sintomas motores (como tremores e rigidez) e sintomas descritos como não motores (demência, ansiedade, dores e transtorno do sono).

A qualidade do manejo da supressão de sintomas na doença de Parkinson determina diretamente o grau de qualidade de vida que o paciente terá, além da velocidade de progressão da doença. Por conta disso, a otimização do tratamento é central nessa patologia, e os avanços de pesquisa apontam o CBD como opção não apenas viável, mas também segura, eficaz e de grande potencial.

Em 2014 foi publicado um ensaio clínico randomizado duplo-cego sobre o assunto no Sage Journal, produzido no departamento de Neurologia FMRP-USP (Faculdade de Medicina da USP – Ribeirão Preto), de título: Effects of cannabidiol in the treatment of patients with Parkinson’s disease: an exploratory double-blind trial. Nesse estudo os pacientes portadores da DP (doença de Parkinson) foram divididos em 3 grupos, com administração de placebo, CBD 75mg e CBD 300mg.

Ao final do estudo foi aplicado o formulário PQD-39, que é específico para avaliação do parkisoninsmo. Na análise de dados por método ANOVA concluiu-se que a administração de 300mg de CBD impactou numa mudança significativa do bem-estar dos participantes (17 desvios padrão em relação aos outros grupos, p= 0.06), e sinalizou uma melhora na capacidade de executar atividades de vida diária. Além disso, o departamento propôs uma investigação do tema com um estudo maior, que foi publicado em 2020 no mesmo Journal (Effects of acute cannabidiol administration on anxiety and tremors induced by a Simulated Public Speaking Test in patients with Parkinson’s disease).

Com a dose de resultados positivos do artigo de 2014, fez-se um novo ensaio clínico, administrando o CBD comparando situações de estresse com e sem o tratamento. Os pacientes fizeram uma apresentação pública monitorizados e submetidos a testes motores pré e pós-estresse. Nos pacientes sob efeito de medicação observou-se medidas significativas de redução de ansiedade (p<0,001) e diminuição da amplitude dos tremores (p<0,001), demonstrando a eficácia do CBD na contribuição à estabilidade do controle de sintomas na DP. Demais estudos apoiam o CBD como tratamento formal da DP, como por exemplo o artigo publicado na revista Neurotoxicology por Fahim Muhammad (2022 Dec:93:128-139) que evidenciou o efeito protetivo da droga em toxicidade da alfa 0.