O papel do Canabidiol na preservação do paladar durante a quimioterapia

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O papel do Canabidiol na preservação do paladar durante a quimioterapia

Postado em 17/07/2024 por Simples Cannabis
O papel do Canabidiol na preservação do paladar durante a quimioterapia

Historicamente os seres humanos apresentam uma relação cultural com a alimentação, baseando seu estilo de vida, rituais religiosos e estruturas sociais na disponibilidade alimentar, quantitativa e qualitativamente. A alteração do paladar pode ter um impacto severo na qualidade de vida de uma pessoa. Logo, a perda na precisão do paladar induzida por quimioterapia é um efeito adverso comum que pode levar à desnutrição, perda de peso e menor qualidade de vida em pacientes consideravelmente fragilizados do ponto de vista biopsicossocial. Considerando o papel cultural da alimentação e seu impacto na saúde, garantir o paladar desses pacientes pode ser central na boa resposta ao tratamento contra o câncer.

Os mecanismos exatos dessas alterações no paladar não são bem compreendidos, mas a produção aumentada de citocinas inflamatórias e a enervação dos aferentes sensoriais das papilas gustativas são alvos conhecidos no processo patológico descrito. O Canabidiol (CBD) tem despertado interesse para manejar esses efeitos colaterais, e estudos em animais mostraram que o CBD pode ter um efeito protetor na neuropatia periférica induzida por quimioterapia. Isto sugere a possibilidade de proteger o paciente das alterações do paladar através da inibição das citocinas pró-inflamatórias e proteção dos neurônios das papilas gustativas, efeito desse canabinóide que já foi descrito em diversos trabalhos.

Nesse contexto, um estudo controlado foi realizado por Helena Dominiak et all. no Departamento de Oncologia Clínica do Hospital Universitário de Zealand, na Dinamarca, para investigar o efeito do CBD na massa corporal magra e percepção do paladar em pacientes recebendo quimioterapia. O grupo de intervenção administrou 150 mg de CBD duas vezes ao dia, começando um dia antes da quimioterapia e continuando por oito dias em cada ciclo. A despeito do grupo controle, que na mesma rotina de administração, utilizou placebo.

Os resultados mostraram que, após três ciclos de quimioterapia, o grupo que recebeu CBD manteve a capacidade de diferenciar entre gostos fortes e fracos de doce (p = 0,03) e salgado (p = 0,04), enquanto o grupo controle perdeu essa capacidade. Isso confirma que o CBD pode prevenir ou melhorar as alterações do paladar induzidas pela quimioterapia, diminuindo o risco de desnutrição e perda de peso.

Compreendido a capacidade que o CBD pode ter, causando um efeito positivo na preservação da função gustativa durante a quimioterapia, a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, traz perspectiva através de fatores culturais do próprio paciente, viabilizando por mais um caminho sua participação ativa no processo de tratamento e recuperação.

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